INTRÓITO

Subverter, Exorcizar, Viver, Beijar, Amar, Odiar, Saber, Piratear, Analisar, Mover, Parar, Rejuvenescer, Envelhecer... Tudo isso e nada. Petit Subversion é só um diário de alguém comum - de Anatólia... um fantasma.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Conversa de rua

Ouvidos moucos, bocas malditas. Não! Ouvidos malditos bocas tortas. Sai de casa e cruzei a esquina. Foram 20 passos para a sinfonia da ignorância e intolerância.
- Má como tem essas tal de lésbicas ultimamente!
- hum.
- Que coisa feia, eu tenho nojo disso, essas lesma!
- Isso é falta de vergonha e.... bla bla bla blabla....
Perdi o resto da sinfonia, mais 5 passos e a conversa se dissipou dos meus ouvidos.
O mais interessante é constatar que isso é puro desejo. Nojo é desejo!
Sei lá, ninguém merece.....

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Maria Bethânia - Recital na Boite Barroco (1968)


01 - Marginália II
02 - Carinhoso - Se Todos Fossem Iguais A Você
03 - Último Desejo
04 - Camisa Listrada
05 - Marina
06 - O Que Tinha De Ser
07 - Molambo
08 - Lama
09 - Pano Legal - Café Society
10 - Pé Da Roseira
11 - Ele Falava Nisso Todo Dia
12 - Baby
13 - Maria, Maria
ou se preferir vá para o Blogui Solidown
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O Recital na Boite Barroco flagra o diamante vocal de Bethânia em estado bruto, mas já com a força teatral que se consolidaria nos anos 70. Esse, se não me engano, é o primeiro trabalho ao vivo da Abelha Rainha.
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Esse disco tem uma das melhores capas que já vi - linda! (o psicodelismo e o tropicalismo, além, claro, do misticismo e magia aliados de Bethânia) pois foi, Luiz Arthur Torres Jasmin que desenhou a capa; ele nasce a 11 de outubro de 1940, em Salvador - Bahia. Ele é pintor, desenhista, retratista, programador visual, ilustrador, ator, produtor, escritor, gourmet. Esse cara foi premiadíssimo em vários trabalhos, inclusive com uma capa de disco para a cantora Maysa no ano de 1958, Alemanha. Por incrível que pareça não encontrei muita coisa do cara na net, só a biografia e tal, mas nada de imagens.
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É isso, espero que tenham curtido essas pequenas curiosidades e pérolas. E viva Bethânia!

domingo, 7 de setembro de 2008

Virginia Woolf & Katherine Mansfield

Um pouco mais do depoimento de Virgínia Woolf sobre Katherine Mansfield.
"... Eu deveria ter necessidade de fazer uma longa descrição dela antes de chegar ao meu estranho equilíbrio de interesse, divertimento e contrariedade. A verdade, suponho, é que uma das condições, não expressa mas entendida, de nossa amizade, é precisamente que ela se baseava quase toda em areias movediças. Foi marcada por curiosos episódios e interrupções; meses a fio eu nada ouvia dela; depois nos encontramos de novo sobre uma aparência de chão sólido. Fomos íntimas, talvez mais intensas do que sinceras; mas de qualquer forma, para mim, o relacionamento sempre foi interessante e mesclado com um elemento pessoal agradável, suficiente para deixar alguém enternecido - se é essa a palavra - e também curioso."
Virginia escrevera isso em seu diário, em fevereiro de 1919.
Pelo resto da vida de Katherine, e bem depois de sua morte, Virginia a consideraria com sentimentos agradavelmente compostos de simpatia e ciúme. Seu último encontro foi em agosto de 1920. Virginia partiu de Rodmell para Londres a fim de se despedir, pois Katherine ia novamente para o exterior. Virginia queria conferir o quanto realmente lamentava perdê-la; e chegou a conclusão de que lamentava bastante.
(VIRGINIA WOOLF UMA BIOGRAFIA 1882-1941, QUENTIN BELL.)

Imperscrutável

Virgínia Woolf escreveu o seguinte sobre Katherine Mansfield:

"Essa mulher imperscrutável continua imperscrutável - agrada-me dizer; nem desculpas nem o sentimento de que fossem necessárias. (...) Imediatamente largou a pena e, como se nos tivéssemos separado há 10 minutos, mergulhou... (...) encontro em Katherine o que não encontro em outras mulheres inteligentes - um sentido de naturalidade e interesse, que suponho, se deve ao fato de ela se interessar de maneira tão genuína, embora tão diversa da minha, pela nossa preciosa arte." (VIRGINIA WOOLF - UMA BIOGRAFIA 1882-1941, QUENTIN BELL)

Eu me apaixonei pela biografia da Virginia Woolf, bem, isso é lógico, mas o que encontrei ainda não sei ao certo como expressar. E o que me marcou muito foi as poucas, porém determinantes, passagens sobre Virginia e Katherine. E a palavra IMPERSCRUTÁVEL, foi meu maior achado. Virginia a definiu assim, e, com certeza, outra definição não caberia.

IMPERSCRUTÁVEL: que não se pode perscrutar; examinar ou pesquisar; insondável; impenetrável.