INTRÓITO

Subverter, Exorcizar, Viver, Beijar, Amar, Odiar, Saber, Piratear, Analisar, Mover, Parar, Rejuvenescer, Envelhecer... Tudo isso e nada. Petit Subversion é só um diário de alguém comum - de Anatólia... um fantasma.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

COGUMELOS - Sylvia Plath.

Varando a noite, com
Brandura, brancura,
Silêncio absoluto,
Do artelho aos narizes
Tomamos posse da argila
E do ar adquirido.
Ninguém nos avista,
Nos detém, nos agride;
Evadem-se os grãozinhos.
Punhos suaves insistem
Em brandir agulhas,
O recheio folhudo,
Até o calçamento.
Nossos martelos,marretas,
Sem olhos e ouvidos,
De voz nem um fio
Alargam as gretas,
Ombro abrindofendas. Nós
Vivemos a pão e água,
Migalhas de sombra,
Com modos afáveis,
Inquirindo pouco ou nada.
São tantos de nós!
São tantos de nós!
Somos estantes,somos
Mesas, somos humildes,
Somos comestíveis,
Aos trancos e arranques
Apesar de nós mesmos
Nossa espécie se expande:
Pela manhã, havemos
De herdar o planeta.
E nosso pé porta adentro.

(reproduzo essa poesia de Sylvia Plath... ansiando por estuda-lá em breve...)

domingo, 24 de fevereiro de 2008

O retorno retorno retorno retorno e retorno............


Quando tudo parece mais claro, as coisas ficam mais agitadas – como átomos inquietos. A realidade é mais forte que a fé!? Isso quer dizer que fé é coisa surreal, bem, não sei. Outra coisa estranha é encontrar a personalidade na perda dela, ou seja, eu me perco mas verdadeiramente me encontro. Mas como saber se o que encontrei é eu mesmo e não outro, porque afinal, foi perdido aquilo que não se sabia....
Penso, as vezes, que não sairei deste lugar que estou, porque pensar é uma coisa fixa e não se move. Eu não posso pensar aquilo que se move, porque é a morte... o que nos move é a morte. Que alegre constatação, então, estou presa a essa eternidade, a esse eterno retorno. Por favor, dêem-me as chaves. Eu quero a chave! Onde está a chave porque eu quero sair “urgentissimamente”.....

sábado, 23 de fevereiro de 2008

A mandioca filosofal.

Sofia era uma travesti muito sábia. Um dia, depois de tantas pesquisas, experimentos e investigações, finalmente encontrou a mandioca filosofal perdida. Então o segredo se revelou e ela conquistou o mundo e sentiu muito prazer, muito mesmo; até gemidinhos e gritinhos soltou com a descoberta. Não é emocionante?!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

NOITE QUENTE...

“... Toda mulher bonita é um pouco a namorada lésbica de si mesma.”
- Nélson Rodrigues -
A moça morena de vestido vermelho... tecido molinho... molenga... grudava... desenhava as nádegas redondinhas.
A sandália trançada, de tiras que torneavam as canelas torneadas... O melhor aperitivo do restaurante!
A moça loira, de camisa azul, não se segurou... quando a morena, de vermelho passou para ir ao banheiro, ela foi atrás:
Fez xixi... olhou-se no espelho... lavou as mãos... olhou-se no espelho novamente... e nada!
...Nada da morena sair do box...

Após algum tempo, que pareceu a eternidade:
- Nossa... como você demorou!! Tava difícil de tirar a calcinha?
A moça do vestido vermelho corou e sorrindo, envergonhada:
- Não! É a meia que dificulta...
- Ham...?! A moça de azul pergunta – Onde você está sentada?
- Lá fora... é que aqui dentro está muito quente!
E a moça de azul:
- Lá fora também está muito quente!!!
- Ham...?!

E a noite seguiu quente... Lá fora e lá dentro!! Elas voltaram para suas mesas, mas o vestido vermelho, molinho... virou sonho... na cama de algodão áspero...

Anaïs...

"Eu quis possuí-la como se eu fosse um homem, mas também quis que ela me amasse com os olhos, as mãos, os sentidos que apenas as mulheres tem. É uma penetração suave e sutil..."
(Henry, June e Eu)

O CORPO DESPERTO, MEU ÚNICO DEUS


Vai erguendo a saia devagar, finge estar sozinha, enquanto tiro os sapatos e os anéis para ficar mais à vontade. Gosto de ficar com os dedos nus, parecem mais leves, soltos; uma confissão excitante vê-los sem nada.Agora tire a blusa e o sutiã, deixe estes que gosto tanto ficarem livres, mas não os cubra com as mãos. Pegue o livro de poesias que está na estante, de poesia contemporânea, este mesmo. Eis o que acontecera na biblioteca: primeiro um dos seios foi parar no meio do livro – os bicos já estavam duros – depois o outro... ela fechava e abria o livro, ficavam espremidos querendo saltar para fora. Roçava, passava sutil e sem pressa um e outro – o livro aberto, o livro fechado. – Faça-os ler, eu dizia. O bico durinho parecia acompanhar as linhas... o contato com o papel... ah se pudesse imprimi-los... Pesados e gostosos... Depois a moça nua sentou-se sobre a mesa com as pernas abertas, não muito escancaradas, nem vulgarmente abertas. Elas estavam bem postas, curiosas a minha frente. Os pêlos... ah... os pequeninos pêlos de seu púbis brilhavam, próximo aos grades lábios os pêlos se faziam bem mais miúdos... miudinhos e molhados. Então ela leu para mim e leu muito, leu como nunca tinha lido.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Bellicu Et Bellu


Fanny e Emma,
quando moças fabricavam armas bélicas
numa fábrica da Alemanha e outra na Bélgica.
Em casa, lavavam roupa.
Emma tinha um filho – todos os dias fazia seu banho.
Elas faziam sexo sem amor com seus maridos.
Fanny veio para a Alemanha e conheceu Emma...
Uma loura muito bela.
Em punho de um rifle, ficava lubricamente bélica.
Uma destas moças beijou a outra moça – na boca.
A ânsia muda envolveu seus corpos.
Emma apaixonou-se pelos seios da outra – eram
pomos tão bem desenhados que pareciam granadas
prontas para explodir em luxúria leitosa,
amamentando os lábios da boca – os bicos
encaixando-se no bico da boca.
Percebe que armas poderosas?
O marido de uma das moças bateu na pobre...
No outro dia ela foi à fábrica,
pegou um martelo e uma bala tão pesada e
grossa como suas duas coxas juntas...
Ascendeu um cigarro e bateu – bem na ponta.
Ouviu-se um ruído no quarteirão – bombástico...
Belas armas fabricam as mulheres.
Belas mulheres fabricam uma guerra.

Fanny e Emma desencadearam a Segunda Guerra.


K. Líope – 2003 ?