INTRÓITO

Subverter, Exorcizar, Viver, Beijar, Amar, Odiar, Saber, Piratear, Analisar, Mover, Parar, Rejuvenescer, Envelhecer... Tudo isso e nada. Petit Subversion é só um diário de alguém comum - de Anatólia... um fantasma.

domingo, 30 de novembro de 2008

Profundas Conjecturas Rasas

De repente aparece um louva-a-deus gigante e, logo, você acha que ele quer te comer – você fica numa angústia só. Daí a coisa fala contigo: “Oi, você sabe onde fica a loja da Daspu, qual a rua?” Ó puxa, que alívio! No mínimo você fica meio atordoado, confuso – um louva-adeus consumindo grife, bem, esse mundo tá perdido. Logo, a coisa deixou de ser coisa – ela siderou. No momento que a coisa começa a falar ela deixa de ser um monstro e passa a ser uma parte conhecida, ou reconhecida.

O eu ideal é um andrajo que você mesmo criou, assim como na história da roupa do rei.

O objeto mais valorizado na vida do camarada é a merda. Tá sempre reclamando e dizendo que a vida é uma merda, mas ele tá tão ligado à merda que toda vez que reclama, na verdade, proclama e valoriza a merda – já não pode mais viver sem ela.

Sonhar com duas garrafas de leite não significa, necessariamente, as tetas da mamãe.

O único que é feliz é o falo, basta endurecer e trazer a felicidade e, o melhor, brinca-se com ele e sem ele, esteja presente ou ausente.

Essa é velha, mas vale a pena, denominei de Pacto Perverso:
“Os alunos fazem de conta que estudam, os professores fazem de conta que dão aulas e a universidade faz de conta que forma”.

Freud diz que o amor é um engodo. Na verdade, o amor é um engordo – depois que casa engorda.

Psicanalistas são como prostitutas – vira, sempre, o objeto de algum sujeito.

domingo, 23 de novembro de 2008

Cigarro Líquido



Uma empresa holandesa desenvolveu uma bebida que está dando o que falar na Europa. Trata-se de um líquido que recria a mesma sensação de calma e relaxamento que o cigarro provoca.
Segundo a empresa, o Liquid Smoking é destinado, sobretudo, para pessoas que estão em ambientes onde o fumo é proibido.
O United Drinks and Beauty Corporation, fornecedor da bebida, espera que sua venda seja iniciada uma semana antes do Natal. No entanto, os grupos anti-tabaco já temem que a bebida venha a promover alguma toxicodependência.
A empresa, por outro lado, se defende alegando que a bebida não recebe adição de nicotina, mas sim uma potente mistura de raízes de plantas Sulafricanas, que vem sendo usada desde o século XIV pelos bosquímano (habitantes de uma tribo africana).
Outro ponto polêmico está no fato de não haver limitação de idade para comprá-la, embora os fabricantes afirmem que ela não deveria ser comercializada para menores de 15 anos.
O CEO da United Drinks declarou ao Jornal Daily Mail, que a empresa está aguardando a liberação das autoridades sanitárias para começar a distribuição do produto na Holanda.
“O produto que desenvolvemos tem propriedades semelhantes à nicotina, por isso estamos tentando ajudar as pessoas que estão proibidas de fumar. Elas poderão beber, ao invés de fumar um cigarro para saciar seu desejo.
É uma bebida relaxante, que dá uma sensação semelhante à do fumo. Inicialmente você obtém um pouco de estímulo que faz você ficar mais alerta e, em seguida, uma sensação de tranquilidade.”
Ihuu, finalmente um cigarro que dá barato. Imagina as raízes alucinógenas... será?! Dando um baratinho já tá ótimo. Curti a embalagem, o design tá bem legal. Liquid Smoking pelo menos não polui, sem fumaça, bem, a não ser que após ingerir a bebida, ela provoque algumas reações gasosas, daí, provavelmente, serão expelidas pelo, hum, sei lá. Mas a empresa não comentou se é ou não é gaseificada. Gostei quero provar. A Holanda é vanguarda em termos de substâncias, no mínimo, interessantes e provocativas.

domingo, 16 de novembro de 2008

Chicas - Quem Vai Comprar Nosso Barulho? (2006)

1. Felicidade
2. Você
3. Ter que Esperar
4. Me Deixa
5. Oração
6. Paciência
7. O que Não Sou
8. Geraldinos e Arquibaldos
9. Namorar
10. Espumas ao Vento
11. Rap do Silva
12. Volte para o Seu Lar
13. Tia Chica
14. Alô, Liberdade

Banda As Chicas: Paula Leal, Isadora Medella, Amora Pêra e Fernada Gonzaga.
*
Existem músicas que despertam todos os nossos sentidos, embalando-nos, de tal forma, que sentimos o corpo como num ato sexual, na verdade, é uma dança erótica de forças... As Chicas são capazes de fazer isso comigo e, com certeza, com muito mais gente. A sensibilidade das vozes destas moças é uma loucura, são vozes orgásticas, capazes de saciar a fome libidinal de muitas moças por aí. E se estou ou não exagerando, isso é outra história, eu gozo mesmo, só de ouvir as Chicas até vejo anjo molhado cruzando a porta do meu quarto, a chuva caindo azul néon, os quadros me olhando e todas as mulheres são lindas. Bem, eu não tomei LSD, nem estou comparando com o Pink Floyd (nada haver com o pink), mas as Chicas, além de terem ótimas vozes, as composições, especificamente neste cd, foram bem escolhidas e o instrumental é perfeito. Elas despertam fantasias e eu viajo... Enfim, virei uma admiradora. É o melhor som que surgiu nos últimos anos. As chicas me seduziram, me envolveram, oh céus, estou perdida, que barrulho gostoso... E ainda dá pra imaginar, degustar Amora e Pêra numa só fruta, poderia ser Pêramora, hum, delícia.
*
Download (caso tenha problemas no download faça o danloudi)
Danloudi (talvez esse seja o mais certeiro)
Ou ainda, se preferir, vá para o blogui do Um Que Tenha e também no blogui Música da Boa.
Chicas Site Oficial. (Compre o cd original, alíás, o nome do album é justamente, "Quem vai comprar nosso barulho?"; e põe barulho nisso...)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O AMOR SECRETO DOS SUPER-HERÓIS


Tarde da noite. Robin deitado numa confortável cama de casal, num dos quartos da mansão Wayne em Gothan City, toda decorada com Super-Heróis. Veste apenas a máscara e uma ridícula mini-cueca estampada com morcequinhos cor-de-rosa. O quarto está na penumbra, na vitrola toca “Batdance” do Prince.

De repente, fazendo o maior barulho, acendendo todas as luzes, entra Batman, abatido, roupa amassada com rasgões nos ombros, com sangue seco no nariz e canto da boca.

Robin: Santa madrugada Batman, isso são horas de chegar em casa?
Batman: Ai... não me toque! Tô morta! Ai que horror, que música mais brega que tá tocando, credo.
Robin: Santa ignorância! É “Batdance” do Prince, meu ídolo.
Batman: Credo, tira esta prostituta sudaneza daí, põe um disco da Gal, ai, eu adoro a Gal.
Robin: Você sabe que não suporto esta perua brasileira. Mas não muda de assunto. Onde você esteve sua bat-galinha? Posso apostar que estava outra vez com o Coringa. Você não pensa um pouco em mim? Me deixa aqui sozinho nessa mansão enorme e fica por aí galinhando pelas ruas de Gothan City. Bem que mamãe me disse para aceitar o convite e ir trabalhar com o Capitão América.
Batman: (coloca um disco da Gal) Você? Simplesmente ridículo todo fantasiado de bandeira, andando com aquele escudo para cima e para baixo. Coisa mais pobre! Sou mais ligada no Thor. Ele com aqueles cabelos longos, dourados, musculoso, com aquele imenso martelo cheio de poder, é a glória. Você já pensou, ele de salto alto, ficaria lindérrima.

Gal: “Aonde você vai tem uns amigos que você precisa conhecer...”

Batman: (tirando a máscara frente ao espelho) Tô um caco! Não suporto mais essa vida de combate ao crime. Queria ser amado e não ficar batendo na cara dos bofes.
Robin: Santa choradeira... E eu? Também quero ser amado. Você não pensa um pouco em mim? Também já não suporto mais ver você chegando em casa de madrugada, sujo, com sangue, um trapo velho. Isto não é vida para mim. Vou voltar para a casa da mamãe e não adianta me buscar, nem mandar flores, agora chega!
Batman: (fala olhando-se no espelho) Esses garotos prodígios... Não te esqueças que te ensinei tudo bofete, tudo, e agora vens com ofensas, não é? Que injustiça. Oh destino cruel e insano, oh vida bandida e ingrata. Eu nunca deveria ter virado homem morcego. Olhe bem para mim: não pareço um guarda-chuva velho? E ainda tenho que suportar criança me enchendo o saco. Queria viver, viver, ouviu? Ser a Mulher Maravilha, tá legal?!
Robin: Santa frescura batman, Mulher Maravilha? Você tem que ser forte, durão!
Batman: (puxando os cabelos) Mas não quero, não quero. Esse corpo só quer ser acariciado. Porque não virei uma borboleta? Uma esbelta butterfly-man, toda colorida, alegre, delicada. Eu tô morta. Pode sumir daqui se quiser, sei quando sou rejeitada.
Robin: Santa desilusão Batman. É assim que você me trata? Depois de tudo que fiz por você, seu morcegão bofe! Vou embora mesmo. Pode ficar com essa droga de bat-anel que me deu no ano passado, com este bat-vibrador de três velocidades, que, aliás, quase me matou eletrocutado, e pode ficar com esse horroroso bat-baby-doll e pode ficar com este morcego de pelúcia que te dei no nosso noivado. Pode ficar com tudo. Vou embora desta mansão sombria e escura.
Batman: (berrando) Ah é? Ah é? Tá boa, santa! Você não vai ver bat-lágrimas nos meus olhos, não mesmo. Estou cansada, cansada de você, do Comissário Gordon, de ser combatente, de tudo. Some daqui, seu ingrato.
Robin: Santa sacanagem, eu jamais esperava isso de você.

Gal: “... desta vez doeu demaaaaisss...”

Batman: E para de falar santa a toda hora, odeio ser santa. O-D-E-I-O!!! Sou uma mulher do povo, oh que vida, uma mulher jovem ainda.
Robin: Santa viadagem, mulher?
Batman: (urrando) É, mulher, mulher morcego!
Robin: (gritando) Santíssima bicha! Agora é demais, vou embora.
Batman: (berrando) Vai, o que está esperando? Some da minha vida boy-prodígio, não vai me fazer falta. Garotos como você acho aos montes no Morcegay.
Robin: Santa nojeira batman, você freqüentando o Morcegay? Que decadência!

(Entra Alfredo, o mordomo de Batman)

Alfredo: Por favor, rapazes, parem com essa gritaria, a vizinhança vai pensar o quê?
Batman: (furioso) Olha a audácia dela. Oras, conheço você desde os tempos que colecionava pôsters do Super-Man. Não vem com esse papo moralista pra cima de mim não, sua velha solteirona. Conheço seu passado, sei que ia vestida de mulher-gato no Gala-Gay, sua... sua recalcada.
Alfredo: Patrão, por favor, fale mais baixo.
Robin: Santa raiva, batman...
Batman: Saia daqui Robin e pode levar sua tia velha junto.
Alfredo: Tia velha é a pu... quer dizer, acalme-se patrãozinho. Relaxe, os vizinhos estão ouvindo.
Robin: Santa decadência Alfredo! Isso sempre acontece nas noites de lua cheia. A bicha fica impossível, histérica. Vou cair fora desta droga de mansão.
Batman: (histérica) Vai!!! Some daqui já. Alfredo, meu leque. Ai, me segura, acho que vou desmaiar.
Alfredo: Patrão, não grite assim, todo mundo vai saber que você e o batman são a mesma pessoa.
Batman: E daí? Que importa? Sou assumida, entendeu?
Robin: (chorando) Santa besteira!
Batman: Senta aonde querido?
Robin: Santa surdez, não é senta, é Santa. Alfredo, faça ele se acalmar.
Alfredo: Patrão deite aí na bat-cama e tome o seu prozak... tudo vai ficar bem...
Batman: (pulando, gritando) Mas eu não quero deitar. Eu quero ser a Gal (abraça a capa do disco) quero ser você perua-man.
Robin: Santa frustração Batman, para com isso. Olha eu não vou mais embora, fique calmo amor.
Batman: Não! Está tudo acabado, tudo. Suma da minha frente bat-ingrato e leva esta bat-tia junto, suas horrorosas, nojentas. Vida ingrata. Quero morrer... morrer. Nunca mais serei o mesmo, chega de ser Batman. Cansei de andar por aí disfarçado de macho pelas ruas de Gothan, acabou, tudo, tudo.
Robin: (abraçando Batman) Santa recaída. Vem pra cama, vem amor. Eu perdôo tudo. Deita aqui, assim.
Alfredo: A sociedade jamais nos entenderá, é a vida.
Batman: (chorando, sendo levado pra cama por Robin) O prozak bateu! Maldito Bat-Kane! Ele podia me ter transformado numa borboleta linda, toda rosa e dourada.
Robin: (deitando Batman na cama, fazendo carinhos em seus cabelos) Durma querido. Amanhã será outro dia. O He-man vem nos visitar.
Alfredo: Durma patrão, boa noite.
Batman: Vira o disco da Gal, Alfredo!

Gal: “... Amanhã será jamais...”

Robin apaga as luzes. Gal continua cantando solitária. A cena acaba na manhã seguinte com o Coringa invadindo o quarto da mansão, surpreendendo o bat-casal na mais caliente intimidade.


Obra-produto de total imaginação de J. R. Scóz com arranjos de A. Akkale.(Publicado no Tom Zine nº 20 Ano 3 – 1999)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Três Beijos

A Pulsão

Cartaz do Filme "Quando a Noite Cai" 1995

Pintura de Colette Calascione [ two birds sold for a kiss ] 1995

Bem, não sei ao certo porque escolhi estas três imagens, mas algo existe, sempre existe. Passei o fim de semana com as imagens na cabeça... depois saberemos ao certo o que de simbólico me trazem, me dizem, se é que querem, realmente, dizer algo. São três beijos, o último um tanto bizarro... porque será? Quem sabe aquela pulsão de te beijar, ah... louca fantasia de te beijar, porém, ao mesmo tempo de não te beijar... Não sei responder, não sei beijar, não quero te beijar, não quero nem saber se tua saliva tem ou não tem bactérias, não quero saber se teu beijo é doce, agridoce, molhado, profundo, raso... não quero saber de nada. Fujo do beijo. Já fui! Não não e não...

Virginia Woolf & Vita Sackville-West

"E Vita vem almoçar amanhã, o que será muito divertido e agradável.
Minhas relações com ela me divertem: tão ardente em janeiro - agora, como será? Também gosto da sua presença e beleza. Estarei apaixonada por ela? Mas o que é o amor? O fato de ela estar "apaixonada" por mim (deve ser assim entre aspas) me excita, e lisonjeia, e interessa. O que é esse "amor"? Ah, e depois ela gratifica minha eterna curiosidade: quem ela viu, o que fez - pois não tenho alta opinião sobre a poesia dela. "
(1924?) - Diário de Virginia.

- Virginia Woolf uma Biografia - 1882-1941 - Quentin Bell

sábado, 1 de novembro de 2008

Deus existe?

Quando acendo uma lâmpada geralmente surge um louva-a-deus.