INTRÓITO

Subverter, Exorcizar, Viver, Beijar, Amar, Odiar, Saber, Piratear, Analisar, Mover, Parar, Rejuvenescer, Envelhecer... Tudo isso e nada. Petit Subversion é só um diário de alguém comum - de Anatólia... um fantasma.

domingo, 9 de março de 2008

As Amazonas da Grécia Clássica:


Andei pesquisando na net sobre as Amazonas e encontrei alguns textos interessantes, bem, não há grandes novidades, vou postar para ficar o registro, que é de meu interesse, talvez, mais por vaidade mesmo. O texto não é meu, só um pequeno resumo; e a fonte, infelizmente, esqueci de anotar, que a autora ou autor perdoe-me.

Sabe-se que as Amazonas se radicaram na ilha de Lesbos, pátria de Safo – a maior poetisa da Grécia clássica (séc. VII e VI a.C.), em Lemnos e na Samotrácia, mais a Norte. Segundo a mitologia grega, as Amazonas eram filhas do deus Ares (deus da guerra, filho de Zeus) e da ninfa Harmonia (ligada ao culto dos deuses de Samotrácia). A mitologia destas mulheres diferentes vem da proto-história da Grécia. As Amazonas seriam originárias da Trácia ou das costas meridionais do Mar Negro (Cáucaso) e fixaram-se de início na Capadócia (hoje território turco) habitando as margens do Rio Termodonte. (No séc. XVII, Rubens pintou dois vigorosos quadros onde representa as lutas das Amazonas contra Teseu, precisamente sobre este rio). As Amazonas ter-se-iam apoderado de Éfeso, onde fundaram o mais antigo templo à deusa Ártemis, deusa esta conotada com o amor entre mulheres. Teriam fundado também a cidade de Mitilene, na Ilha de Lesbos. Há uma revista belga, de lésbicas com o nome de Pentesileia.
Um dos encontros mais contados das Amazonas foi com os Argonautas que chegaram à Ilha de Lemnos. Foram bem recebidos, a ponto de ali permanecerem um ano, quase esquecendo a sua missão que era a demanda do «Velo de Ouro».

UMA ETIMOLOGIA CONTROVERSA

Segundo os Gregos, as Amazonas para melhor manejarem o arco, as flechas e as lanças, comprimiriam, queimariam ou cortariam, na puberdade, o seio direito. Daí a origem do nome a (prefixo de negação) + mazós = peito (em grego), o que significa mulheres sem peito. Esta etimologia tem sido aceite sem contestação, não se percebe bem como. Como mulher o bom senso diz-me que nenhuma mulher queimaria ou reduziria, o seu órgão mais delicado e mais erótico fosse por que motivo fosse. Além do mais há bem pouco tempo Pierre Devambez publicou no Lexicon Iconographicum Mythologie Classicae, 819 espécimes de representações onde nunca as Amazonas aparecem só com um seio. O historiador Andre Tevet falou das Amazonas do Brasil, e também ele se recusou a aceitar que sacrificassem o seio direito, sem perigo de doença ou morte.
As mais antigas representações das Amazonas aparecem-nos em terracota e datam do séc. VII a.C. Depois são inúmeras nos vasos gregos(vasos áticos se figuras negras). Datam do provável encontro entre Aquiles e Pentesileia de 530-520 a.C. Há referências a mais de 60 nomes de Amazonas.
As Amazonas são na generalidade, representadas como mulheres bem constituídas, elegantes, usando a meia túnica, apertada na cintura, com um seio a descoberto e o outro sugerido, por baixo de vestes leves. Na mão têm o arco e às costas a aljava onde transportavam as setas. Também aparecem representadas com um machado de dois gumes em vez do arco.
Os escultores e pintores imortalizaram-nas e o mais célebre conjunto escultórico é o friso do mausoléu de Halicarnasso onde são perpetuadas lutando contra Hércules.

O tema Amazonas parece inesgotável.

Em 1997, a revista New Scientist publicou um artigo da investigadora Jeannine Davis-Kimball que refere a descoberta na Rússia, de várias sepulturas de mulheres. A identificação destas mulheres como sendo Amazonas foi feita a partir das armas com que estavam sepultadas e de ferimentos causados pelo uso de armas como pequenos punhais e espadas com que estavam enterradas.
Hoje o mito está desaparecer para dar origem a uma teoria da sua verdadeira existência. Na Lesbia Magazine de Janeiro de 1999 lemos que nas margens do Rio Dom se encontraram montículos funerários, com 2400 anos, onde estavam 21 túmulos de mulheres enterradas com as suas armas. E recentes descobertas na Hungria e China vieram enriquecer a teoria da existência real das Amazonas.
Amazonas da Grécia, das Américas, da Ásia, da África, da Europa: foram ou não uma realidade? O antropólogo brasileiro Darci Ribeiro (1922-1997) afirmou:

«Um povo-mulher contando só com elas, sem homens próprios, se servindo de estrangeiros como reprodutores é plausível e até praticável. Um povo só de machos é uma utopia selvagem».

Um comentário:

Mara* disse...

creio que já vivenciamos a frase de darci...quando a época das deusas terminou e o mundo tornou-se um mundo de seres masculinos, e os deuses da destruição subiram aos altares, e o planeta foi marcado por guerras, intolerância e ignorância movidas a testosterona.

beijo você...boa semana!